Com o surgimento e o aprimoramento do deepfake, aumentam as preocupações a respeito do uso desta técnica em crimes cibernéticos. É preciso estar atento aos riscos desta nova tecnologia, ainda que a inteligência artificial também possa ser aplicada para fins positivos, como na indústria de entretenimento. Continue lendo e entenda o que exatamente é deepfake e como se proteger de ataques!
O que é deepfake?
Deepfake é uma abordagem de inteligência artificial (AI) na qual as imagens de um indivíduo são manipuladas para criar fotos e vídeos falsos. Trata-se de uma ferramenta recente que tem causado muita polêmica entre os órgãos reguladores internacionais.
Utilizando técnicas de deep learning, os softwares utilizados conseguem estudar e mapear as feições e movimentos corporais de uma pessoa. Em sequência, com base no banco de dados coletado, são produzidos conteúdos altamente realistas, porém com temática por vezes difamatória.
Exemplos de deepfake
Confira agora alguns exemplos de deepfakes que movimentaram as redes sociais nos últimos tempos.
1. Falso discurso de Volodymyr Zelensky
Elaborado para interferir na guerra entre Rússia e Ucrânia, o deepfake simula um discurso de rendição do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky. Ainda que tenha sido rapidamente removido do ar, o vídeo possuía potencial de causar enorme confusão militar.
2. Comercial dos 70 anos da Volkswagen
Em um exemplo com fins publicitários, o deepfake foi aplicado para simular a presença da falecida cantora Elis Regina no comercial de 70 anos da Volkswagen. Apesar das autorizações de uso da imagem da artista, o vídeo suscitou muitas discussões a respeito dos limites éticos do uso de inteligência artificial.
3. Frases polêmicas de Barack Obama
Como parte da campanha de conscientização contra fake news, o diretor americano Jordan Peele elaborou uma série de falsos discursos violentos de Barack Obama. Utilizando avançadas técnicas de deepfake, o vídeo é impressionantemente realista, chamando a atenção para a importância da reflexão acerca da veracidade das informações no mundo digital.
4. Salvador Dalí interativo
Como exemplo da aplicação de inteligência artificial no contexto cultural, está o deepfake do pintor espanhol Salvador Dalí elaborado por um museu da Flórida, nos Estados Unidos. Trata-se de uma simulação do artista que interage e cumprimenta os visitantes, em uma maneira de tornar mais imersiva a experiência artística da exposição.
Deepfake é ilegal?
O uso de inteligência artificial para produção de conteúdo visual não é, em si, uma atividade ilegal, desde que os direitos de uso da imagem sejam adequadamente cedidos pelos responsáveis. Este é o caso do uso de deepfake para propagandas publicitárias e vídeos artísticos de pessoas já falecidas.
No entanto, a aplicação indevida para fins indevidos, como chantagem, difamação e humilhação, são obviamente enquadrados na categoria de crime. A depender da gravidade do ocorrido, os responsáveis podem ser condenados a pagar multa e cumprir pena de detenção.
Fraudes com deepfake
Atualmente, existe uma grande preocupação de que as técnicas de deepfake possam ser adotadas em larga escala para promover crimes, como golpes e fraudes. Ao simular a aparência física das vítimas, os sistemas de ataques cibernéticos poderiam desbloquear mecanismos de segurança de biometria facial, acessando informações confidenciais como dados bancários.
Atualmente, existem já mecanismos que pretendem identificar potenciais riscos de “roubo virtual” da imagem de um indivíduo. No entanto, são opções ainda em fase inicial de desenvolvimento, portanto é importante se precaver de outras formas também.
Como se proteger de um deepfake?
De maneira geral, é fundamental garantir a segurança de suas senhas de acesso. Acione a “autenticação em 2 fatores” (2FA) para seu e-mail, redes sociais e demais contas digitais.
Além disso, é indispensável manter em dia as boas práticas de segurança cibernética. Atualize com frequência seu antivírus e sistemas de proteção adicionais, para que seus dados não sejam furtados e utilizados com más intenções.
Outra estratégia de proteção de seus dados é restringir o acesso de terceiros às suas redes sociais. Assim, são reduzidas as chances de utilizarem suas imagens e vídeos para manipulação com deepfake.
Vale lembrar que as técnicas de segurança cibernética não são exclusivas para pessoas físicas. Empreendimentos também devem estar sempre atentos para não serem vítimas de fraudes virtuais, protegendo adequadamente sua conta PJ e seus arquivos de documentos confidenciais.
Não perca mais tempo: coloque em prática nossas dicas e garanta a sua segurança contra golpes envolvendo deepfake!