Os óleos essenciais são extratos de plantas complexos e concentrados, podendo conter moléculas aromáticas em proporções variáveis. A partir da combinação destas diferentes moléculas, os óleos essenciais adquirem propriedades particulares, incluindo as que determinam seus aromas característicos.
Tecnicamente, os óleos essenciais são secretados por células encontradas nas folhas, flores, caules, cascas, raízes ou sementes de espécies vegetais. Estas substâncias desempenham um papel muito significativo na natureza, auxiliando na reprodução e dispersão das espécies vegetais, pois atraem insetos polinizadores. Da mesma forma, os óleos essenciais possuem inúmeras propriedades medicinais – cada óleo essencial tem características terapêuticas específicas.
Base da aromaterapia, a utilização dos óleos essenciais para fins terapêuticos e o conhecimento das suas propriedades curativas remontam às antigas civilizações, como a egípcia, a chinesa, a indiana, a grega e a romana. Essas culturas já os consideravam uma das formas mais antigas de medicina e cosmética. Ao longo da história, o estudo deste conhecimento tornou-se a base para muitos avanços na medicina, a tal ponto que, hoje, os cientistas encontram numerosos ingredientes vitais na natureza, confirmando assim tradições terapêuticas praticadas há séculos.
O uso dos óleos essenciais como auxiliar natural em tratamentos holísticos, médicos e cosméticos está cada vez mais difundido. Aqui está o que você precisa saber sobre seu funcionamento, benefícios, utilizações para melhorar sua saúde e alguns óleos essenciais mais populares.
O que são óleos essenciais e como são obtidos?
Óleos essenciais são simplesmente a essência de uma planta viva, ou seja, o extrato mais concentrado e puro extraído de espécies vegetais. Provém da destilação a vapor, sem solvente sintético, de flores, folhas, raízes, cascas ou outras partes de plantas vivas. No caso das frutas cítricas, os óleos essenciais são obtidos por prensagem a frio, para preservar as moléculas contidas nos sachês de essência das cascas.
Os princípios ativos das plantas podem levar horas para serem extraídos. É isso que diferencia o óleo essencial da matéria-prima para perfumaria: além de concentrar o aroma, os óleos essenciais são completos, contendo até milhares de moléculas que abrangem um espectro muito mais amplo.
Na composição química de todas as plantas, certas substâncias de maior ou menor importância terapêutica atuam em completa sinergia. São os chamados princípios ativos, como mucilagens, alcaloides, flavonoides, taninos ou glicosídeos, cujo conhecimento aprofundado permitiu descobrir a forma como as plantas atuam no corpo. As essências também se destacam pela sua grande complexidade química, que inclui álcoois (mentol, geraniol, timol), ésteres, aldeídos, misturas de terpenos (pineno, limoneno), etc.
Como usar óleos essenciais?
A forma mais comum de aproveitar os benefícios dos óleos essenciais é através da aromaterapia. Algumas gotas de óleos essenciais em um difusor de aromas ajudam a criar um ambiente descontraído e relaxante, purificam o ar e eliminam maus odores.
Quando são utilizados difusores a vapor a frio, as moléculas dos óleos essenciais antissépticos permanecem no ar intactas durante horas. Isso faz com que ar fique purificado, livre de fungos, vírus, bactérias e ácaros.
Já os difusores a calor necessitam de temperatura controlada entre 50°C e 60°C, pois em temperaturas maiores que essas a composição química dos óleos essenciais pode diminuir e afetar suas qualidades terapêuticas.
Em alguns casos, os óleos essenciais podem ser usados na pele, massageados levemente na área de aplicação. Porém, antes de aplicá-los diretamente na pele, devem ser diluídos em óleo vegetal base ou em creme convencional.
Algumas gotas de óleo essencial no banho também serão uma forma de inalá-lo e absorvê-lo pela pele. Os óleos essenciais podem ainda ser usados em compressas, banhos de assento, escalda-pés, inalação direta, colar aromático, entre outros. Sempre lembrando da importância de não exceder a dose e a diluição recomendadas.
Os óleos essenciais não devem ser ingeridos. Em determinadas pessoas, mesmo quando usados corretamente, podem causar irritação, reações de contato ou reações alérgicas. Por isso é importante testar uma pequena área da pele antes da aplicação. Pessoas com asma ou alergias também devem ser cautelosas, pois são mais propensas a ter alguma reação.
Outra ressalva é o uso dos óleos essenciais em gestantes, lactantes, crianças ou bebês. Dependendo do tipo, não é recomendado e a dosagem deve ser muito menor. O ideal é que a terapia com óleos essenciais se inicie após o primeiro trimestre de gravidez e seja autorizada pelo obstetra. O óleo essencial de lavanda é um dos mais recomendados para ser utilizado durante a gestação, no pós parto e para o bebê. Afinal ele ajuda a reduzir o estresse, produz sono e tranquilidade, além de aliviar dores musculares e enxaqueca.
Benefícios dos óleos essenciais
Melhoram o sistema imunológico. Os óleos essenciais de lavanda, cravo e toranja contêm propriedades anti-inflamatórias e analgésicas quando usados topicamente. Basicamente, além de ajudar no controle da dor, estimulam a produção de dopamina no cérebro.
Ajudam a liberar as vias respiratórias. O óleo essencial de eucalipto, por sua vez, ajuda a libertar as vias respiratórias e é purificante. Por isso é um dos mais utilizados no outono e inverno para melhorar os sintomas de gripes e resfriados.
Aliviam dores no corpo. O óleo de hortelã-pimenta atua como um antiespasmódico e um analgésico suave que ajuda a reduzir a dor, a pressão e a tensão graças à dose de mentol que contém. Este óleo é um grande aliado para muitas pessoas que sofrem de dores musculares frequentes.
Melhoram a saúde e a aparência da pele. As propriedades antibacterianas e anti-inflamatórias dos óleos essenciais ajudam na redução do aparecimento de acne e do seu controle. Alguns também ajudam a melhorar a elasticidade da pele, reduzindo o aparecimento de rugas. Para esta finalidade destacam-se os óleos essenciais de capim-limão, tea tree (melaleuca) e ylang ylang. O óleo essencial de gerânio também é perfeito para peles com imperfeições, pele seca, estrias, irritações, etc.
Ajudam na digestão. O óleo essencial de alecrim é altamente recomendado pelas suas propriedades antiespasmódicas, ao mesmo tempo que acalma o revestimento intestinal. É também um remédio natural para evitar tonturas, náuseas e vômitos, assim como o óleo essencial de limão. O óleo essencial de tangerina, por sua vez, também é digestivo.
Reduzem o estresse e a ansiedade. Os óleos essenciais de lavanda, capim-limão, hortelã-pimenta e olíbano têm um incrível efeito calmante e relaxante. Auxiliam nos distúrbios do sono, na inquietação e nas tensões gerais. Da mesma forma, o óleo essencial de bergamota é um ótimo antidepressivo e calmante, muito eficaz para aliviar tensão, estresse, insônia e ansiedade. Já o óleo essencial de rosa ajuda nos sintomas da depressão e melhora o humor.
Ajudam a dormir melhor. Alguns óleos essenciais podem ser usados para prevenir a insônia, promovendo o relaxamento e reduzindo a ansiedade, além de prevenir o ronco e a apneia do sono ao desobstruir as vias respiratórias, o que contribui para um sono de alta qualidade. Os melhores óleos para esta finalidade são: lavanda, ylang ylang, hortelã-pimenta e alecrim.
Melhoram as funções cerebrais. Os óleos essenciais podem retardar a degeneração das células cerebrais, pois possuem efeitos neuroprotetores, ou seja, são capazes de prevenir ou complementar o tratamento de doenças neurodegenerativas. Esses efeitos protetores são encontrados nos óleos de alecrim e eucalipto, que melhoram a capacidade do cérebro de absorver e reter informações.
Aumentam o nível de energia. Óleos essenciais à base de cítricos, como capim-limão, laranja e hortelã-pimenta podem melhorar os níveis de energia, estimulando a área do cérebro que promove a felicidade e produz uma sensação mais estimulante.
Equilíbrio hormonal. Os óleos essenciais não devem ser o único tratamento, mas atuam como suporte para o centro de controle do corpo, o hipotálamo, região do cérebro que produz, libera e regula hormônios. Para as mulheres, óleos como gerânio, sálvia e laranja ajudam a equilibrar os níveis de estrogênio e progesterona, o que inclusive ajuda com a regulação do ciclo menstrual e os incômodos da TPM.